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06/02/2010

Grêmio Campeão Brasileiro B de 2005



Em 2005 o Grêmio escrevia um triste capitulo de sua história, o rebaixamento após a campanha pífia de 2004 na Série A marcava um dos piores momentos do clube multicampeão nas décadas anteriores. A instituição estava quebrada, as péssimas gestões de presidentes ladrões e muita falcatrua deixaram como resultado um time perdido. Haviam destruído o plantel com a parceria da empresa ISL, o estádio Olímpico penhorado para pagamento de credores furiosos e torcedores sem qualquer perspectiva de futuro era tudo que restava do Grêmio Copeiro de 80 e 90. Era o momento de renascer de suas próprias cinzas, ressurgir como uma fênix em busca de novas glórias.


Precedentes de rebaixamentos

O futebol é uma "caixinha de surpresa”, todavia uma coisa é certa, rebaixamento é algo NATURAL. Um dos campeonatos mais evoluídos do Mundo, o inglês, é uma exemplo disso, TODOS os clubes da Inglaterra, berço do futebol, já fora rebaixados.

Milan, o maior clube do Mundo, já foi rebaixado em
duas ocasiões,em 1980 e 1982
Além dos grandes ingleses como Manchester, Liverpool, Chelsea, Arsenal, outros gigantes já sentiram o gostinho da segunda divisão: todos menos a Inter de Milão na Itália; todos menos Atlético Bilbao, Real Madri e Barcelona na Espanha; todos menos o Hamburgo na Alemanha; todos menos Independiente e Boca Juniors na Argentina; todos menos Paris Saint-Germain e Auxerre na França; Ajax, PSV e Feyenoord na Holanda. No Brasil não é deferente, além de Grêmio, times como Palmeiras, Corinthians, Vasco, Botafogo, Fluminense, Atlético Mineiro e Coritiba já tiveram seu momento de terror na segunda divisão.

Como pode ser visto, apenas citando os grandes campeonatos do Mundo já é possível ver como rebaixamento e evolução do futebol andam de mãos dadas, a diferença entre ser rebaixado e se apequenar está na forma que os clubes superam seu percalço.

O Grêmio já havia estado antes na Segunda Divisão, em 1991 o clube se descuidou e foi rebaixado pela primeira vez, subindo no "tapetão" no ano seguinte, essa pratica de beneficiar os grandes com mudanças em regulamentos era comum principalmente nos anos 90. Em 2005 era diferente, com a evolução do futebol nacional não havia mais auxilio para os clubes, seria necessário subir na raça, utilizando uma das duas vagas que a série B de 2005 fornecia.


A conquista

Depois de um 2003 perturbador, em que só nos salvamos na última rodada, o Grêmio não resistiu e foi rebaixado no ano seguinte com uma das piores campanhas dos pontos corridos até então. Foram 46 jogos com apenas 9 vitórias, 12 empates e diversas derrotas.

O mal estava feito, sem dinheiro para nada, o Imortal teve de buscar nas categorias de base sua chance de retornar aos grandes do Brasil. A Série B não era uma grande competição, muito pelo contrário, mas tinha alguns participantes que constantemente circulavam pela Primeira Divisão, dentre eles Guarani-SP, Portuguesa-SP, Avaí-SC, Náutico-PE, Santa Cruz-PE, Ceará-CE, Sport-PE, Bahia-BA e Vitória-BA, o que a tornava perigosa.

A primeira fase da competição era de pontos corridos, sendo todos contra todos. O Grêmio acabou com 35 pontos na 4ª colocação (9 vitórias, 8 empates e 4 derrotas), sendo que classificavam-se os oito melhores competidores. Em ordem decrescente, classificou-se o Santa Cruz, Marília, Guarani, Grêmio, Santo André, Portuguesa, Náutico e Avaí.

Na segunda fase as oito equipes eram divididas em duas chaves com quatro participantes. O Grêmio ficou no Grupo A, com Santa Cruz, Santo André e Santa Cruz, enquanto na outra chave, o Grupo B, ficaram Náutico, Portuguesa, Marília e Guarani. Nos classificamos em segundo lugar, atrás do Santa Cruz (só seguiam dois de cada chave), no Grupo B Náutico e Portuguesa conquistaram as outras duas vagas.

O título seria decidido no quadrangular final entre Grêmio, Santa Cruz, Portuguesa e Náutico. Após 5 jogos, com 2 vitórias e 3 empates, o Imortal seguia para o estado de Pernambuco, onde jogaria uma das partidas mais marcantes da história do futebol.

Estádio dos Aflitos
O encalorado sábado de 26 de novembro, juntamente com o mar vermelho da torcida fanática do Náutico no estádio dos Aflitos dava ao ambiente um ar de caldeirão, ou melhor, inferno. Nada estava ganho, apesar de ter a liderança do quadrangular, o Tricolor precisava de um empate para subir à Série A ou de uma vitória para garantir o título sem depender de resultados paralelos.

Mesmo no estádio do adversário, longe da sua torcida em com um time jovem, o Grêmio conseguia segurar o Náutico. O primeiro tempo não foi moleza, o empate era um bom resultado para os gaúchos, mas significava a permanência do Náutico na Segunda Divisão pelo 12º ano consecutivo, não por menos a equipe nordestina foi melhor, inclusive perdendo um pênalti.

Tudo corria bem até os 33 minutos do segundo tempo, a torcida gremista já começava a comemorar uma volta por cima, quando Escalona do Grêmio coloca a mão na bola e é expulso. Logo após o lance, Galatto evita um gol do adversário dividindo com Miltinho, as coisas começava  a se complicar.

O arbitro Djalma Beltrami do Rio de Janeiro, disposto a manter o Imortal na Segunda Divisão, marcou penalidade para o Náutico aos 35 minutos, em um chute de fora da área, a bola esbarrou no cotovelo do volante gremista Nunes, colado junto ao corpo, sem qualquer intenção de parar a bola. Era a ruína, o resultado que poderia enterrar o maior clube do Sul na Série B mais um ano.

Não demorou muito para o juiz carioca ser cercado pelos tricolores indignados, a resposta foi uma chuva de expulsões. A primeira foi para Patrício, que peitara o juiz,  seguido de Nunes, e mais tarde de Domingos que dera um tapa na bola tirando-a das mãos do árbitro. Os dirigentes gremistas, indignados, invadiram o campo protestando contra a loucura e tentando afastar o que sobrou do time na confusão, mais um expulso e seriamos derrotados por não ter número suficiente de jogadores, a situação era caótica, estávamos em meio ao caos.

Por sorte os deuses nos ajudaram, o bom censo prevaleceu e o jogo prosseguiu. De um lado sete heróis tentavam garantir um miserável empate para voltar a Série A, enquanto do outro uma legião vermelha buscava ferozmente a vitória, eram dez minutos restantes de partida e um pênalti a ser cobrado, parecia impossível reverter o resultado.

Como em diversas vezes na sua história, o Grêmio teve de desafiar o impossível e ressurgir de suas próprias cinzas. Em um estante saiamos do desespero para o êxtase, Galatto conseguia defender a penalidade e dois minutos depois, Anderson faz uma jogada individual, sendo derrubado por Batata que é expulso. Aproveitando-se da oportunidade, Marcelo cobra a falta para Anderson, que entra na área em velocidade, passa por dois marcadores e faz um dos gols mais incríveis da história do esporte mundial. Inacreditável. 



1ª Fase
Gama2X1Grêmio23/04
Grêmio4X3Avaí29/04
Grêmio0X2Ituano07/05
Criciúma0X2Grêmio15/05
Guarani1X1Grêmio19/05
Náutico2X2Grêmio28/05
Caxias1X1Grêmio03/06
Grêmio2X1Paulista11/06
Anapolina4X0Grêmio19/06
Grêmio1X0Santo_André25/06
Ceará3X4Grêmio28/06
Grêmio1X2Vitória10/07
Sport0X1Grêmio16/07
União_Barbarense1X1Grêmio24/07
Grêmio4X0São_Raimundo29/07
Bahia1X1Grêmio07/08
Grêmio2X0Santa Cruz13/08
Portuguesa1X2Grêmio21/08
Grêmio0X0Vila Nova26/08
CRB1X1Grêmio02/09
Grêmio1X1Marília10/09


2ª Fase
Santo_André0X1Grêmio16/09
Grêmio2X0Avaí29/09
Grêmio2X0Santa Cruz01/10
Santa Cruz1X0Grêmio04/10
Avaí1X3Grêmio07/10
Grêmio0X2Santo_André14/10


3ª Fase
Grêmio1X0Náutico22/10
Santa Cruz1X1Grêmio29/10
Portuguesa1X1Grêmio05/11
Grêmio2X2Portuguesa12/11
Grêmio2X0Santa Cruz19/11
Náutico0X1Grêmio26/11


DADOS DA FINAL
Local:Recife/Pernambuco
Estádio:dos Aflitos
Data:26 de novembro de 2005
Hora:16 horas
Árbitro:Djalma Beltrami (RJ)
Assistentes:
Gols Grêmio:Anderson aos 63 minutos do 2º tempo




GRÊMIONÁUTICO
GALATTORODOLPHO
PATRÍCIOBRUNO_CARVALHO
DOMINGOSTUCA
PEREIRABATATA
ESCALONAADEMAR
NUNESTOZO
SANDRO_GOIANOCLEISSON
MACELO_COSTADAVI
MARCELDANILO
LIPATINKUKI
RICARDINHOPAULO MATOS
TÉCNICO:
MANO MENEZES
TÉCNICO:
ROBERTO CAVALO

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